Bethyca entrevista: Danilo Barbosa

3.11.17

Há um bom tempo eu não fazia entrevista por aqui, né? A boa do dia, é que, ao longo das próximas semanas, entrevistarei autores brasileiros - aos quais, os livros serão resenhados nesse espaço! (: Aproveito para agradecer não só a LC Agência de Comunicação, como todos os autores por participarem.
E para começar com pé direito, o bate - papo de hoje, é com o Danilo Barbosa - autor de: Tardes Sensuais, A princesa da Lapa, Arma de vingança, O sorriso da secretária, No coração da noite, A dança do Assassino, Três formas de amor, A voz e, recentemente, o livro Contos Secretos - responsável por embalar as nuances da nossa conversa!

- Como surge o processo criativo?
O meu processo criativo é muito louco. Não tem local ou hora determinados. Já tive ideias para histórias caminhando ou lavando louça. Coisas novas surgem o tempo todo. Eu só acabo desenvolvendo aquela que invade a mente, sabe? Que fica em um namoro inspirador com você full time, apresentando início, meio e fim (isso não quer dizer que surjam coisas novas no meio do caminho). Para escrever, eu tento sempre encaixar na minha agenda pelo menos duas horas, mas no meu ritmo de trabalho tem vezes que não consigo. Me sento, concentro, e fico deixando as palavras fluírem. Quando encontro as certas, as primeiras, o resto se desenvolve.

- Pessoas reais te inspiram na composição da história?
Sempre. Se escrevemos para as pessoas, como não nos inspirarmos nelas? Ás vezes, as conversas mais banais de ônibus, as histórias alheias, são o que me movem. É uma troca. O que vem das pessoas, volta para elas em forma de histórias.

- É mais difícil criar o vilão ou mocinho?
O vilão sempre tem de ser mais complexo e mais completo. Sempre digo que o mocinho vem à trama para sofrer, derramar lágrimas e trazer a empatia dos leitores. O vilão é quem agita a história. Ele que agita as coisas. Se tem um vilão consistente, a trama deixa marcas.

- Há preconceito de leitor com alguns gêneros?
Sempre, infelizmente. As pessoas não categorizam os livros em gêneros que gosto e outros que não me atraem. Mas sim nos que odeiam, e em muitas vezes nem se permitem conhecer a obra para ter uma segunda opinião. Muitos ligam o gênero do livro ao tipo de leitor, e isso não é verdade. Penso que somos um pouco de tudo, de romance ao horror. Tudo depende da nossa vontade, naquele instante.

- Como falar do erotismo numa época de tabus ligado ao tema?
Com coragem e sem vergonha. O sexo sempre existiu e o desejo das pessoas também. O gênero erótico sempre permeou os leitores. Posso citar vários grandes autores, como Hilda Hilst e João Ubaldo Ribeiro. Jorge Amado também fez cenas memoráveis, extremamente eróticos, como a primeira vez de Tieta nas dunas de Mangue Seco. Os livros chamados de banca também estão por aí há anos e todos são romances extremamente quentes. É triste ver o quando deixamos de vivenciar os nossos desejos em função dos outros podem ser julgados. A questão é ver o quanto damos importância à isso. Na minha opinião, os que criticam são os que mais se identificam com a situação apresentada no texto. Cada um tem o direito de vivenciar e ler o que desejar, desde que não quebra a liberdade do outro. O livro é livre.

- Existiu alguma dificuldade em abordar o lado feminino da sexualidade, no livro Contos Secretos?
Eu sempre tive mais facilidade em ver o lado feminino das mulheres em minhas obras. Em meu hall de leituras, sempre optei pelas protagonistas fortes e presentes, como as de Sidney Sheldon. Tanto que desde que me aventurei pela escrita, todas as minhas obras são comandadas pelas protagonistas. A primeira coisa que tive de me preparar é que, diante do sexo, o desejo das mulheres é imerso nos sentidos e sentimentos, ao contrário dos homens, que são mais visuais. Foi por essa ótica que iniciei os textos, me permitindo mergulhar nesse mundo tão lindo e misterioso, e deu muito certo. Fico muito feliz de ter dado voz aos desejos e fetiches femininos, com aprovação delas. 

- Como vê o retorno de seus leitores com esse tema?
Vejo de forma positiva, o que muito me gratifica. Não gosto do sexo pelo sexo nas histórias, mas sim que aquela experiência, aquele contato, seja fator de mudanças na vida dos personagens. E vejo isso em cada retorno, no ponto de vista de cada leitor.

-Há uma grande diferença se comparado com outros gêneros?
Sempre há. Publiquei 4 livros, cada um indo para uma vertente distinta, apesar de ter o erotismo presente nas páginas, em menor ou maior intensidade. Fui do suspense ao romance dramático e quando escrevi uma obra declaradamente erótica, os leitores dos outros gêneros olharam com receio para isso. Todo mundo acha estranho o que não conhece. Bom, dizem que para saber se não gosta, deve-se experimentar. Concordo plenamente.

-Qual o próximo livro à ser lançado?
Semestre que vem, será lançado o Três Formas de Amor, o livro baseado em um dos Contos Secretos. Ele é até hoje o mais vendido na plataforma, tanto que em seu lançamento ficou 90 dias entre os dez mais vendidos da plataforma. Espero que as leitoras gostem de ver a história de Mila, Leandro e Gabriel. No segundo semestre, deve ser lançado Senhora da Vingança, uma nova história protagonizada por Ana, do Arma de Vingança, a minha primeira obra publicada. Um grande suspense romântico, dez anos depois da obra original.


E aí, vocês já tinham lido algum livro do Danilo? Qual?
Confesso que começarei pelo Contos Secretos, embora tenha ficado com vontade de ler todos os outros. Não sei vocês, mas gosto de ler vários livros do mesmo autor para entender seu repertório de criação (me julguem, pode parecer complexo, mas me sinto próxima!hehe)

Bisou=^.^=

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